terça-feira, 24 de julho de 2012

Entrevista com António Barreto

Que diz sobre os portugueses o vinho que se produz em Portugal?
Diz que o melhor vinho de Portugal e um dos melhores vinhos do mundo, o vinho do Porto, foi feito há muito, resultou da colaboração entre Portugueses e estrangeiros e era muito pouco apreciado e bebido em Portugal.
Diz também que os Portugueses mudaram muito nestes trinta ou quarenta anos. Nos anos setenta, era reduzidíssimo o número de boas garrafas de vinho tinto que se podia comprar e beber em Portugal. E ainda menor o de vinhos brancos. Hoje, há excelentes vinhos de excepcional qualidade, comparáveis com o que de melhor se faz.

Disse em outra entrevista: — «Gosto muito de vinho para beber, para estudar, como arte.» Uma garrafa de vinho pode ser tão bela como o binómio de Newton e a Vénus de Milo?
Dizem os puritanos e os abstémios que, quando se fala de vinho, há sempre a tendência para exagerar. É capaz de ser verdade. Mas há motivos para isso. O que um bom vinho significa, de tradição, de técnica, de cuidado, de ciência, de saber acumulado e de emoção é quase inacreditável! Quem não percebe isso, percebe pouco da vida.

Num discurso, citou o Barão de Forrester: — «Em casa de um gentleman português, é tão raro encontrar um livro como uma garrafa de vinho!» Em sua casa, há tantas garrafas como livros? De umas e outros, mais clássicos ou modernos?
Muitos livros e muitas garrafas. De todas as idades. De todos os volumes. De todas as cores. De todos os espíritos.

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