Em todo o caso, abri com fé e o devido cuidado a atenciosa dádiva. Mal retirei o topo da cápsula, começou a cheirar bem. A rolha quebrou-se no gargalo, mas saiu em metades inteiras. Para não o deitar a perder, não decantei o vinho.
Ah, leitor. Ele não só estava bebível, como estava vivo e bom. Bem entendido, não era nenhum alto prodígio. Mas não me enterneceu menos que a visão das muitas andorinhas que veraneiam pelas ruas frescas da Ericeira.
Almas magnânimas, vinho vivaz, as andorinhas. Afinal, podemos ter esperança.
Um copo de esperança |
Adega Coop. de Borba Reserva 1978
12,5% Vol. Sem mais indicações.
Rubi alourado. Café, chocolate, couro, uma nota vegetal balsâmica, outra a lembrar espargos. Um côvado de veludo! Persistência notável.
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