terça-feira, 17 de julho de 2012

Adega Coop. de Borba Reserva 1978

Sabendo da minha religião pelo vinho, uma alma magnânima doou-me uma garrafa de 1978. 34 anos, um tinto de Borba. Quantos dariam alguma coisa por ele? Eu mesmo, apesar do bom estado da cápsula e do satisfatório nível de vinho na garrafa, talvez só o comprasse muito barato.

Em todo o caso, abri com fé e o devido cuidado a atenciosa dádiva. Mal retirei o topo da cápsula, começou a cheirar bem. A rolha quebrou-se no gargalo, mas saiu em metades inteiras. Para não o deitar a perder, não decantei o vinho.

Ah, leitor. Ele não só estava bebível, como estava vivo e bom. Bem entendido, não era nenhum alto prodígio. Mas não me enterneceu menos que a visão das muitas andorinhas que veraneiam pelas ruas frescas da Ericeira.

Almas magnânimas, vinho vivaz, as andorinhas. Afinal, podemos ter esperança.

Um copo de esperança

Adega Coop. de Borba Reserva 1978
12,5% Vol. Sem mais indicações.
Rubi alourado. Café, chocolate, couro, uma nota vegetal balsâmica, outra a lembrar espargos. Um côvado de veludo! Persistência notável.

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