O leitor mais atento — vossemecês são cinco (arredondando), e quem leia às pressas ou de través é natural que perca as últimas linhas — reparou no remate da nota anterior:
«8 valores (puxando a 9) na Escala de Grâmaso.»
Se, além de atento, tiver a sorte adicional de não ser desmemoriado (é vossemecê, é, leitor), sabe que eu não dou pontos — nem nós, valha a verdade, excepto o Ian Knot, no dia-a-dia, e o Double Slip Knot, ou Ian's Secure Shoelace Knot, quando calço as velhas Doc Martens de dez ilhós de quando as minhas pernas eram rijas comò punk.
Acontece que, há dois Verões, certo dia ao almoço, com um Quinta dos Termos Reserva Branco 2016 no copo, calhei interrogar-me: Quanto é que gramas o vinho?
A Escala de Grâmaso serve tão-só para responder numericamente a esta pergunta prosaica. Trata-se de uma escala de valoração do prazer concedido por um dado vinho, não do vinho em si. É uma magnitude do prazer.
Mantenho, por conseguinte, que não atribuo pontos nem veredictos: o número representa apenas mais uma impressão pessoal e, o que é mais, circunstancial. Porque, convém não esquecer — o vinho é o vinho e a minha circunstância.
P.S.: Escapou-me enunciar um pormenorzinho, que, de qualquer maneira, o leitor perspicaz (carambíssima, vossemecê é uma máquina) já percebera: a Escala de Grâmaso é de 10 valores.
P.P.S.: O leitor curioso (chiça) ainda gostará de saber que o dito Quinta dos Termos Reserva Branco 2016 — que hoje adquire a glória imortal de estar na origem da Escala de Grâmaso — registou 8 valores.
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