quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Fontanário de Pegões 2013 (branco)

Coop. Agr. de Santo Isidro de Pegões. DO Palmela. Fernão Pires, Arinto. Jaime Quendera (enol.). 12,5% vol. 1,98 € (Pingo Doce).

O primeiro 2013 que saboreio, e, se não o primeiríssimo, um dos primeiros a chegar às prateleiras. Seja como for, um branco novinho em parra. José António Salvador considera-o um clássico e já se lhe referiu como «o melhor Fernão Pires da actualidade» — convite gentil e irresistível a engraçar com ele (o vinho). Não é um daqueles brancos agudos, como prefiro; mas eu gosto tanto de boas formas como qualquer um. Este é de perfil curvilíneo, com as redondezas naturais de um Fernão Pires tradicional, bem-cheiroso, não apenas a fruta mas a alguma ervinha tenra e vicejante, e fresco quanto baste. Gostei bem. Admitimo-lo ao cânone?


Um verdadeiro entendido — um conhecedor — é assim que descreve a Fernão Pires:

«O carácter mais marcante da casta é, sem dúvida, a natureza e intensidade do seu aroma, podendo-se afirmar que é, entre as castas portuguesas, uma das mais aromáticas. Os seus aromas fazem lembrar frutos cítricos doces, como a laranja, e flores com aromas fortes e quentes, como a mimosa, a tília, a laranjeira e o loureiro. Estas notas aromáticas, parecidas com as de outras castas portuguesas, como a Alvarinho, a Loureiro, a Síria e a Antão Vaz, lembram um pouco os aromas do moscatel, sendo provável que todas elas lhe sejam próximas geneticamente.»

Virgílio Loureiro, no Guia Repsol 2004-2005 – Os Melhores Vinhos de Portugal

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