«Estes vinhos [dos países mediterrâneos], que se conhecem por nomes eufónicos, ricos de álcool, perfumados, luminosos, fortes e contrastados como a paisagem onde se criaram, têm na grande variedade das bebidas estimulantes ou refrescantes um lugar à parte, raro e nobre. O homem do povo bebe sempre, em toda a parte, e sob todos os pretextos, os vinhos comuns. No Inverno o vinho aquece e dá conforto, que tantas vezes falta nas casas; no Verão refresca, ajuda a digestão, aguça o apetite que decresce pelos grandes calores.
A cultura da vinha ultrapassa hoje, e muito, os limites do mundo mediterrâneo. Mas pode dizer-se que onde ela chega e o consumo do vinho é ainda corrente, chega também alguma coisa mais que recorda o Sul. Onde se bebe cidra ou cerveja é outra terra e outra gente.»
Orlando Ribeiro, em Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico. Estudo Geográfico (1945)
Sem comentários:
Enviar um comentário