quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Cheers, Ralfy!


«Porquê importarmo-nos com a qualidade? Resposta simples. Aqui vamos: porque a qualidade daquilo com que nos ocupamos durante as nossas vidas ajuda a definir a qualidade da nossa vida. O que quer que seja.»

«Não sou um especialista, nunca quis ser um especialista. O que sou é um experimentado bebedor de whisky. Pouco e frequentemente, segredo do sucesso, pouco e frequentemente. E o que é importante para mim é a qualidade do sabor. Snobs do malte e pessoas que têm largos orçamentos não terão interesse nestes [whiskies]. Tudo bem. Mas lembrem-se disto, e deixo-os com este pensamento: muitas vezes nem sequer é a qualidade do whisky no seu copo; é a qualidade da sua circunstância, da sua situação e da companhia em que está.»

Alhures, três conselhos para noviços:

«Não perca tempo com maus whiskies. Não perca tempo com más companhias. Não ponha o seu dinheiro todo no banco.»

Viva o mestre Ralfy, amador de whisky (diga-se escocesmente ruíssequi) e um vloguista de primeira qualidade!

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Blogopsicografia

O bloguista é um procrastinador. Procrastina tão completamente, que chega a procrastinar a vergonha que, de procrastinar, deveras sente.

Já foi em Novembro do ano passado que escrevi a Jaime Quendera, perguntando-lhe sobre um tinto da Cooperativa de Pegões que me trazia alegrete e curioso: o Marco de Pegões, um DO Palmela à venda nos supermercados Aldi.


Não sendo bloguista (e não tendo assistido àquele putativo seminário das Caves São João), o enólogo de Palmela respondeu-me sem demora. Confirmou que este Marco de Pegões (há outro vinho com o mesmo nome para exportação) é produzido exclusivamente para o Aldi. Setenta mil garrafas. Castelão puro. Vinhas com mais de vinte e cinco anos de idade. Oito meses em barricas de três e quatro anos, que, ao quinto, são encaminhadas para o Moscatel de Setúbal.

Bebi com prazer umas tantas garrafas da colheita de 2011. Muito chamativo tinto (o leitor sabe que os vinhos de Quendera não se acanham), denso de aroma, lembrando compota de ameixa e chocolate de menta, e vicejante na boca, com certo frescor achocolatado e boa constituição para evoluir. Pode dizer-se que, à data, a madeira estava-se bem fundindo.

Comprei agora uma garrafinha de 2012. 1,99 €. Um euro e noventa e nove. Um euro. E noventa e nove cêntimos. Logo lhes direi como me parece. Daqui por uma catrefada de meses. Se calhar.