quinta-feira, 8 de março de 2012

Um brinde a um recém-contemporâneo

A Benjamin Zenner Branco, nosso contemporâneo desde há exactamente um mês.
Dedico-te esta tradução, que fiz há tempos para mim mesmo (sê benévolo). Não te será agora tão útil como um «Babygro», mas é um poema que convém teres por perto.
Que tenhas uma vida boa!

§

Oh Eu! Oh Vida!

Oh eu! Oh vida!... das questões de estas recorrendo;
Dos infindáveis comboios dos descrentes — de cidades atestadas com os tolos;
De eu próprio continuamente recriminando a mim próprio, (pois quem mais tolo que eu, e quem mais descrente?)
De olhos que debalde anseiam a luz — dos objectos vis — da luta sempre renovada;
Dos pobres resultados de tudo — das multidões arrastadas e sórdidas que vejo ao meu redor;
Dos vazios e inúteis anos dos restantes — com os restantes eu irmanado;
A questão, Oh eu! tão triste, recorrendo — Que bem no meio destes, Oh eu, Oh vida?

Resposta.

Que tu estás aqui — que a vida existe, e a identidade;
Que o poderoso drama continua, e tu contribuirás um verso.

Walt Whitman

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