quarta-feira, 27 de maio de 2015

Debaixo do loureiro


Ontem almocei debaixo de um loureiro. Comi o almoço favorito do Hemingway: uma sanduíche de manteiga de amendoim e cebola crua ― e Água das Pedras da Bairrada.

Duas notas: a cebola nova não serve para esta sanduíche literária, que se quer brava comò Ernesto; e beber vinho de uma garrafa de Água das Pedras não é grande coisa. Mas não beber vinho é bem pior.

Cheirava bem, debaixo do loureiro.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Amar e beber vinho

Rubem Fonseca fez ontem 90 anos. Noventa. É de homem ― e é de mestre. Salve, mestre! Viva o mestre!


«“Entre meus leitores existem também os que são tão idiotas quanto os legumes humanos que passam todas as horas de lazer olhando televisão. Eu gostaria de poder dizer que a literatura é inútil, mas não é, num mundo em que pululam cada vez mais técnicos. Para cada central nuclear é preciso uma porção de poetas e artistas, do contrário estamos fodidos antes mesmo da bomba explodir.”
(…)
“Última pergunta: você gosta de escrever?”
“Não. Nenhum escritor gosta realmente de escrever. Eu gosto de amar e de beber vinho: na minha idade eu não deveria perder tempo com outras coisas, mas não consigo parar de escrever. É uma doença.”»

Rubem Fonseca, em Feliz Ano Novo (1975)

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Dia da Minha Mãe

Dia da Minha Mãe, lucro dos filhos: filetes de pescada fresca, arroz verde de hortelã, salada de alfaces, ervas, flores e cebola novíssima (Mãezinha, oh, que cebola), depois pão-de-ló com creme de limão e framboesas, e casca de laranja cristalizada com chocolate. Claro que não íamos beber nenhuma merda de nenhum Merlot.