Ando com uma vontade de rosés, que nem lhes digo nada, amigos. Culpa do bom do Malhadinhas cor-de-rosa, que topei há tempos num supermercado fornecido pela distribuidora Garcias (não o encontro em mais nenhures, nem nos Supercor, onde há o branco e o tinto) e me acendeu esta sede nova. A cor muito bonita, com certa feição prometedora de secura; os aromas delicados e vinosos, ao invés de exuberantes e melosos; enfim, os sabores secos prometidos, maila frescura e a formosura apetecidas.
Bendito Malhadinhas!
Depois desta aparição, tenho bebido outros rosés muito bons: o Terra d'Alter*, australentejano de
Peter Bright; o do Pingo Doce, da Cooperativa de Santo Isidro de Pegões (
medalha de prata em Bruxelas!), feito só de Castelão pelo infalível Jaime Quendera; um Ribera del Duero chamado
Viñarroyo, 100% Tempranillo, com uma acidez soberba, descoberto no Rubro do Campo Pequeno; o
Beyra, outro Tempranillo estreme (curiosamente, usa o nome espanhol da casta, mas acompanhado do português, Tinta Roriz), maravilhoso, ao nível dos brancos da mesma lavra; só para completar o ramalhete rosicler, ajunte-se o
JP, malgrado a tampa de rosca e um tantinho de álcool a mais, que o Moscatel Roxo, o carácter bem seco e, já agora, o preço largamente compensam.
Saúde, leitores!
* Prove-se o Terra d'Alter tinto de 2013 quanto antes, novinho como está. «That age is best which is the first, / When youth and blood are warmer». Além de evocar
estes versos, fez-me pensar em vinho de talha!