O Bucellas é um velho companheiro de agruras, alegrias e de todas as horas entrecorridas. Bebo-o como um escudeiro sitibundo, «quando tenho vontade, e quando não a tenho, e quando mo dão, para não parecer demasiado cerimonioso ou malcriado». Inesquecível, aquele 2005 cujas alsacianas eu exinani pródiga e apaixonadamente; memorável, o 2013 de que tomei só dois ou três copos com o Onésimo, meu Capitão e mestre mundi, no passado Dia D, quando desembarcou em Bucelas, sem hesitações nem receios estratégicos ante a chuva copiosa.
Os clássicos marcam as nossas vidas. Os mestres também.
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Cavipor. DOC Bucelas. Arinto. João Vicêncio (enol.). 12,5% vol. 2,99 € (Intermarché).
Não sei bem dizer a que cheira. Cheira a coisas indecifráveis, a vento e pedras e despedidas. Não é que seja lírico, nem amaneirado, nem exótico. Os aromas de fruta que perduram são citrinos (digamos limão maduro); os melhores aromas de Bucelas ainda despontam. Bebê-lo é que é. A tal pectina, a tal esperteza, a tal espessura. A modéstia, senhores. A tal modéstia.