Sonho Lusitano Vinhos. Regional Alentejano. Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon. 13,5% Vol. 16,50 € (em restaurante).
Cor púrpura. Aroma doce, gulosinho, da fruta e da madeira. Depois, revela-se um alentejano fresco, todo macio, saboroso, de cauda longa.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Notas Amadoras: Vinha do Mouro 2008
Miguel Louro. Regional Alentejano. Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon. 14% Vol. 10 € (em restaurante).
Cor púrpura. Aroma de fruta, temperado de café, baunilha, uma nota mentolada. Corresponde na boca, cremoso, harmonioso e agradável.
Cor púrpura. Aroma de fruta, temperado de café, baunilha, uma nota mentolada. Corresponde na boca, cremoso, harmonioso e agradável.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Retrato do amador enquanto farroupilha
Eu estava miseravelmente despenteado quando a D. Leonor Freitas apareceu, digna e séria, no seu terraço sobre os vinhedos de Fernando Pó. Aliás, o que eu estava era desgrenhado de todo. Mal-amanhado, no geral, com umas calças de ganga esgaçadas, um pólo que não me assenta, a face suada, as barbas empoeiradas — e o cabelo ridículo.
D. Leonor cumprimentou-me com uma expressão intrigada. Na certa, perguntava-se o que fazia em sua casa o cavalheiro da triste figura. Como percebesse a hesitação da patroa, o viticultor Nuno Rodrigues foi dizendo que estávamos a começar as provas, depois de uma volta de jipe pelas vinhas. «Janelas abertas, golpes de vento, daí o cabelo», pensei eu, mas comentei que o passeio fora excelente.
Na companhia de Nuno Rodrigues, vi os campos da Casa Ermelinda Freitas, variados nas castas, nas técnicas, no solo, na altitude, na idade. Pude mesmo, cruzando a Quinta da Mimosa, admirar as velhas cepas de Castelão Francês, plantadas em 1952.
Entretanto, o viticultor fazia boa conversa. Convencido de que a cultura da vinha tem um aspecto místico, ele crê que, embora se conheça com razoável detalhe a sua composição química, há no vinho um pequeno reduto de mistério, onde é possível que se esconda o que separa o vulgar do sublime. A sorte e o imponderável também fazem o vinho.
Não tardou que D. Leonor, vencendo a estranheza do farroupilha, entrasse a falar com entusiasmo e largueza sobre o legado familiar, o sucesso fulgurante do negócio, a urgência de se dignificar o trabalho rural. Disse, a propósito, que quer ser uma «rural moderna»; e, apesar de gostar muito de todos os seus vinhos de casta, quer também continuar a ser «a senhora do Castelão de Palmela».
A mim, impressionou-me a mulher enlevada que contou como acompanhou o crescimento da primeira vinha como o de um filho. Não me impressionou menos a sua superior discrição: D. Leonor nunca olhou para o meu estúpido cabelo.
D. Leonor cumprimentou-me com uma expressão intrigada. Na certa, perguntava-se o que fazia em sua casa o cavalheiro da triste figura. Como percebesse a hesitação da patroa, o viticultor Nuno Rodrigues foi dizendo que estávamos a começar as provas, depois de uma volta de jipe pelas vinhas. «Janelas abertas, golpes de vento, daí o cabelo», pensei eu, mas comentei que o passeio fora excelente.
Na companhia de Nuno Rodrigues, vi os campos da Casa Ermelinda Freitas, variados nas castas, nas técnicas, no solo, na altitude, na idade. Pude mesmo, cruzando a Quinta da Mimosa, admirar as velhas cepas de Castelão Francês, plantadas em 1952.
Entretanto, o viticultor fazia boa conversa. Convencido de que a cultura da vinha tem um aspecto místico, ele crê que, embora se conheça com razoável detalhe a sua composição química, há no vinho um pequeno reduto de mistério, onde é possível que se esconda o que separa o vulgar do sublime. A sorte e o imponderável também fazem o vinho.
Não tardou que D. Leonor, vencendo a estranheza do farroupilha, entrasse a falar com entusiasmo e largueza sobre o legado familiar, o sucesso fulgurante do negócio, a urgência de se dignificar o trabalho rural. Disse, a propósito, que quer ser uma «rural moderna»; e, apesar de gostar muito de todos os seus vinhos de casta, quer também continuar a ser «a senhora do Castelão de Palmela».
A mim, impressionou-me a mulher enlevada que contou como acompanhou o crescimento da primeira vinha como o de um filho. Não me impressionou menos a sua superior discrição: D. Leonor nunca olhou para o meu estúpido cabelo.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Notas Amadoras: Quinta da Alorna Castelão 2001
DOC Ribatejo. 12,5% Vol. 14,5 € (em restaurante).
Vermelho-escuro. Um perfume afinado de framboesas, tomate em compota, chocolate. Fresquíssimo, longo, delicioso de beber.
Vermelho-escuro. Um perfume afinado de framboesas, tomate em compota, chocolate. Fresquíssimo, longo, delicioso de beber.